Pelo menos dois dos quatro campos construídos em Angola para albergarem a 27ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN) que decorreu de 10 a 31 de Janeiro de 2010 encontram-se em mau estado de conservação.
Depois da denúncia feita pelo F8 em Novembro dando conta da degradação do estádio nacional do Chiazi, em Cabinda, eis que agora é a vez do estádio da Tundavala.
Orçada em aproximadamente 600 milhões de dólares a construção dos quatro campos, o estádio da Tundavala que custou 70 milhões de dólares, na província da Huíla, tem sofrido assaltos regulares onde são roubados os móveis do campo. O gerador industrial que servia para fornecimento de energia ao estádio desapareceu em Agosto do ano em curso e até agora não houve responsabilização pelo furto.
Na sequência, na semana passada vários televisores de alta definição desapareceram do estádio. Como no caso do gerador, quer a administração do campo como o governo local não se pronunciaram ainda.
Fontes locais apontam que a pilhagem do estádio se deve à situação de completo abandono em que se encontra a infra-estrutura pública. Há suspeitas de que o saque esteja a ser realizado por funcionários públicos com livre acesso ao campo, enquanto outros acreditam que “o gerador terá sido levado para uma fazenda de um dirigente político da província”.
Devido aos atrasos salariais que se verificam há um ano, vários funcionários do estádio não têm ido ao local de trabalho, segundo avançou uma fonte à DW África. Para além dos roubos, o estádio tem-se degradado paulatinamente, como se vê nas imagens.
Nas redes sociais circula a informação segundo a qual o governo da Huíla “pede encarecidamente aos responsáveis pelo roubo do gerador com uma tonelada de peso que façam a devolução do mesmo numa esquadra policial”. Pensamos tratar-se de uma brincadeira dos internautas, que acrescentam: “se os responsáveis assim procederem não serão penalizados, caso contrário serão responsabilizados criminalmente”.
Tal como no caso do campo do Chiazi, é pedida a intervenção do Ministério da Juventude e Desportos, do Interior, do Tribunal de Contas e da Presidência da República no sentido de responsabilizar os gestores do estádio e o governo provincial.
Recordar que o estádio da Tundavala tem capacidade para 35 mil adeptos e foi construído por um grupo de empresas dos quais se destacam a Somague e a Mota Engil.
Na edição do CAN organizado por Angola, a selecção nacional decepcionou os adeptos logo no jogo de abertura frente ao Mali por se deixar empatar nos últimos 12 minutos da partida quando ganhava por 4–0.